sexta-feira, 18 de junho de 2010

Os cinco sentidos de Jéssica






Pessoal, segue um texto feito pela minha colega, amiga e futura jornalista Mariana Soares.Achei muito linda a história.Vale a pena ler!! Afinal é uma vida extraordinária de superação vista pelos olhos sensíveis de uma futura jornalista. Sendo assim, não tinha como não estar no Retratando a Vida né?


Continuem comentando, estou adorando os comentários no blog, por email, facebook e twitter. Mandem sugestões ou textos para o meu e-mail :juhmagalhaes1@hotmail.com.

Obrigada gente , emocionem-se com Jéssica!!


Vestibulanda, aluna do terceiro ano do Colégio Pastor Dohms, Jéssica de Souza Antonio, sonha com o diploma em ciências jurídicas. E vai além. Quer se tornar juíza. A filha única, de dezesseis anos de idade, sempre foi acobertada de mimos pela mãe e teve seus desejos satisfeitos pelos avós. Dentre os cinco sentidos: olfato, paladar, tato, audição e visão, Jéssica não é dotada pelo ultimo, porém, possui dois capazes de suprir o mesmo: a percepção e a memória.
A menina teve má formação congênita ao nascer, impossibilitando-a de poder enxergar, mas ela encontrou maneiras diferentes de repor esta falta. Focada e dedicada, Jéssica pesquisa conteúdos na internet, através de um programa instalado no seu computador que soletra tudo o que ela escreve. A mãe é sua grande companheira e incentivadora. Marli teve que aprender técnicas de braile para auxiliar a filha.
Ainda de madrugada, a menina de traços frágeis vai de onibus para a escola, acompanhada da mãe, que é aposentada. Jéssica tem aula durante toda a manhã. O almoço acontece no colégio mesmo, e como uma de suas características é ser enjoada com alimentos, ela reclama da comida do local. A menina permanece no seu “segundo lar”, para ter aula de literatura do curso de pré-vestibular e depois, de língua alemã. A estudante é apaixonada pelo idioma estrangeiro, visto que faz o curso há 4 anos e declara o desejo de fazer intercâmbio para a Alemanha.
“A Jéssica tem uma atenção acima da média e ainda é extremamente responsável, comparada à outros alunos da classe. Sempre que peço para responder perguntas do livro, ela traduz todas as questoes para o braile e traz tudo respondido”, afirma o professor de literatura Fernando Brum.
Para auxiliar os estudos, Jéssica grava todas as aulas, tendo o gravador como seu melhor amigo. A menina possui grande habilidade em mexer nos botoes do aparelho. Após o inicio da aula anunciado pelo professor Fernando, Jéssica liga o instrumento e permanece em silêncio, mantendo a máxima atenção nas explicaçoes do mestre. Entre uma e outra virada de pernas, a menina mostra expressoes faciais remetendo pleno entendimento no assunto. Enquanto seus colegas anotam o conteúdo, Jéssica retira da bolsa uma pequena escova de cabelo e penteia as longas mechas escuras, mostrando ser vaidosa, mesmo sem ver sua fisionomia.
Com um jeito doce e delicado é adorada pelos colegas. No intervalo da aula de literatura, Jéssica senta-se na cantina com uma amiga. No local, chega um colega e poe suas maos sobre os olhos de Jéssica, pedindo que ela adivinhasse quem seria. Ela sem hesitar falou alto: “Ricardo!”. E acerta. Todos dão risada. As brincadeiras continuam pra ver se a menina adivinha de quem pertence as mãos que ela toca. E mais uma vez, Jéssica descobre todas. Ali percebo que o fato de Jéssica não enxergar, passa a ser uma diversão saudável, tanto para ela, quanto para os amigos. A deficiência visual parece ser superada pela menina, que tem um poder de percepção incomparável.

3 comentários:

  1. Obrigada pela oportunidade, Ju!
    Esse blog vai longe, tenho certeza.
    Sucesso sempre, em todos os sentidos!
    Beijao!

    ResponderExcluir
  2. Que legal isso!
    Às vezes não percebemos e não damos devido valor aquilo que temos.
    Muito motivadora a história da Jéssica. Parabéns pelo blog, está muito legal.

    ResponderExcluir
  3. Nossa a Jéssica foi minha colega na quarta série, e ela continua sendo um exemplo pra mim.Ótimo o texto!

    ResponderExcluir